27 de abril de 2012

Repudio a denominação dela "Operação Zumbi" pela Policia Civil de Tocantins / Repudio a la denominación de la "Operación Zumbi" por la Policía Civil de Tocantins



O Movimento Negro e demais entidades do estado do Tocantins repudiam, veementemente, a utilização do nome do herói negro Zumbi, pela Polícia Civil do Tocantins na "Operação Zumbi" deflagrada nesta sexta-feira, 20, com objetivo de intensificar o combate ao uso e ao tráfico de substâncias entorpecentes na Capital.

O ato em si revela o despreparo das instituições do estado brasileiro para se lidar com as questões étnico raciais. Na maioria das vezes é atribuída a população negra os atos de delitos que ocorrem no país, isso talvez seja explicado porque 70% dos pobres são negros e negras. 

O povo brasileiro, em toda a sua diversificação, é um povo uno, uma raça só oriunda de diversas outras etnias, mas o mito da Democracia Racial não pode esconder uma outra realidade nacional: o racismo.

Ao denominar de "Operação Zumbi" uma ação que visa o combate ao uso e ao tráfico de substâncias entorpecentes na Capital, a Policia Civil do Estado do Tocantins passa uma mensagem subliminar de os infratores da lei, ou traficantes de drogas supostamente estariam entre a população negra de Palmas, além de ofender a memória de um herói nacional.

Zumbi dos Palmares nasceu no ano de 1655 em Alagoas. Reconhecido como um dos principais representantes da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial se tornou líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas. Esse quilombo estava localizado na região da Serra da Barriga, que, atualmente, faz parte do município de União dos Palmares em Alagoas. Na época em que foi líder, o Quilombo dos Palmares alcançou uma população de aproximadamente trinta mil habitantes. Ali, os negros viviam livres produzindo tudo o que precisavam para a própria sobrevivência. Zumbi é um símbolo da resistência e luta contra a escravidão, Zumbi lutou pela liberdade de culto e pratica da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra. 

Um exemplo típico de racismo institucional se comprovam com os dados de pesquisas de renomados institutos do Brasil, que revelam que os negros são abordados com mais freqüência em batidas policiais, recebendo mais insultos e agressões físicas do que os indivíduos brancos. Por questão desta abordagem, são igualmente mais revistados que pessoas de outra etnia. A escolaridade e a condição financeira têm pouca influência sobre a freqüência e incidência destas batidas policiais e da violência que ora se comete. Esta violência é praticada quase sempre contra indivíduos negros, seja na forma de ofensa verbal ou agressão física. Conclui-se que os métodos de abordagem da polícia junto ao indivíduo levam em consideração sua aparência física (vestimentas), a etnia (fatos principal) e um estereótipo completamente fora de sentido: a expressão facial da pessoal.

Não se pode ignorar o racismo, o preconceito, a discriminação, aceitando os estereótipos que marginalizam, oprimem, humilham e matam o povo negro. A Constituição de 1988 soube repudiar a marginalização do negro, tipificando o racismo como crime em seu artigo 5° , inciso XLII. Mesmo assim, ainda imperam no país diferentes formas de discriminação racial, velada ou ostensiva, que afetam mais da metade da população brasileira, constituída de negros ou descendentes de negros privados do pleno exercício da cidadania. Os casos de discriminação racial que vêm acontecendo durante anos neste país merecem uma apreciação mais cuidadosa por parte das autoridades, correndo o risco de se transformar (se é que já não se transformou) num ato de omissão diante do dever do direito em realizar a justiça.


Reiteramos nosso apoio às ações que visem combater a violência e ao crime organizado, bem como defendemos políticas publicas de esporte, lazer, distribuição de renda e investimentos maciços em educação para que possamos não condenar nossos jovens futuro do nosso pais, a pobreza e a criminalidade. Contudo, solicitamos que a Policia Civil tenha outra zelo ao dar os nomes nas suas operações, sob pena de incorrer em situação reprovável, mesmo que involuntariamente e que possamos respeitar o legado de luta, de liberdade e respeito a pessoa humana que Zumbi dos Palmares nos deixou. 

Assinam:

Coletivo Nacional Enegrecer / TO
Agentes de Pastoral Negra - APNs/TO
Diretoria de Combate ao Racismo da UNE
Grupo de Consciência Negra do Tocantins - GRUCONTO
Fórum Permanente de Educação e Cultura Afro Brasileira do Tocantins
Grupo de Estudos Feministas Dina Guerrilheira
Diretório Central dos Estudantes – UFT
Centro de Direitos Humanos de Palmas
Instituto Art Afro e Direitos Humanos de Miracema - TO

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El Movimiento Negro y otras entidades del estado de Tocantins repudian con vehemencia, el uso del nombre del héroe negro Zumbi, por parte de la Policía Civil de Tocantins en la "Operación Zumbi" desplegada este viernes 20, con el fin de intensificar la lucha contra el uso ye l tráfico de estupefacientes en la capital. 

El acto en sí mismo pone de manifiesto la falta de preparación de las instituciones del Estado brasileño para hacer frente a cuestiones étnico-raciales. En la mayoría de las veces se atribuye a la población negra los actos delictivos que se producen en el país, esto tal vez pueda explicarse con que el 70% de los pobres son negras y negros.

El pueblo brasileño, en toda su diversidad, es un pueblo, una raza única procedente de los diversos grupos étnicos, pero el mito de la democracia racial no puede ocultar otra realidad nacional: el racismo. 

Al denominar "Operación Zumbi" un acto encaminado a combatir el uso y el tráfico de estupefacientes en la capital, la Policía Civil del Estado de Tocantins pasa un mensaje subliminal de los infractores de la ley, los traficantes de drogas se supone estarían entre la población negra de Palmas, además de ofender la memoria de un héroe nacional. 

Zumbi nació en 1655 en Alagoas. Reconocido como uno de los principales representantes de la resistencia negra a la esclavitud en la época colonial del Brasil se convirtió en líder del Quilombo de los Palmares, comunidad libre formada por esclavos fugitivos de las plantaciones. Este quilombo se encuentra en la Serra da Barriga, que actualmente forma parte del municipio de União dos Palmares, en Alagoas. En la época en que fue líder, el Quilombo de los Palmares alcanzó una población de cerca de treinta mil habitantes. Allí, los negros libres vivían produciendo todo lo necesario para su supervivencia. Zumbi es un símbolo de resistencia y de lucha contra la esclavitud, Zumbi luchó por la libertad de culto y la práctica de la cultura africana en el Brasil colonial. El día de su muerte, el 20 de noviembre, se recuerda y se celebra en todo el país como el Día de la Conciencia Negra. 

Un ejemplo típico de racismo institucional se comprueba con los datos de los institutos de investigación de renombre en Brasil, que revelan que los negros son detenidos con más frecuencia en las redadas, reciben más insultos y agresiones físicas que los blancos. Debido a este enfoque son  más buscados que personas de otros grupos étnicos. La condición educativa y financiera tienen poca influencia sobre la frecuencia y la incidencia de estas batidas y la violencia que ahora se comete. Esta violencia se practica a menudo contra individuos negros, ya sea en la forma de abuso verbal o agresión física. Se concluye que los métodos de acercamiento de la policía a los individuos tiene en cuenta su aspecto físico (ropa), su etnia (hechos principales) y un estereotipo completamente fuera de lugar: la expresión facial de las personas. 

No se puede ignorar el racismo, el prejuicio, la discriminación, la aceptación de los estereotipos que marginan, oprimen, humillan y matan al pueblo negro. La Constitución de 1988 supo repudiar la marginación del negro, al tipificar el racismo como delito en su artículo 5, punto XLII. Sin embargo, prevalecen en el país diferentes formas de discriminación racial, abiertas o encubiertas, que afectan a más de la mitad de la población, integrada por negros o descendientes de negros privados de la ciudadanía plena. Los casos de discriminación racial que han estado ocurriendo desde hace años en este país merece una evaluación más cuidadosa por parte de las autoridades, con el riesgo de convertirse (si no se ha convertido en) un acto de omisión en el deber de ley en la consecución de la justicia.

Reiteramos nuestro apoyo a las acciones destinadas a combatir la violencia y el crimen organizado, así como defendemos políticas públicas para el deporte, el ocio, la distribución del ingreso, y las inversiones masivas en educación, de modo que no tengamos que condenar a nuestros jóvenes, futuro de nuestro país, a la pobreza y la delincuencia. Sin embargo, solicitamos a la Policía Civil que tenga otro afán al dar nombre a sus operaciones, bajo pena de caer en situación reprobable, aunque no intencionalmente, y que podamos respetar el legado de lucha por la libertad y el respeto de la persona humana que Zumbi de los Palmares nos dejó. 

Firmado por: 

Colectivo Nacional Ennegrecer / Tocantins
Agentes de Pastoral Negra - APNs / Tocantins
Dirección de Lucha contra el Racismo de la UNE 
Grupo de Conciencia Negra de Tocantins - GRUCONTO 
Foro Permanente de Educación y Cultura Afro-brasileña de Tocantins 
Grupo de Estudios Feministas Dina Guerrillera 
Directorio Central de Estudiantes - Universidad Federal de Tocantins 
Centro de Derechos Humanos de Palmas
Instituto Art Afro y Derechos Humanos de Miracema, Tocantins




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