28 de febrero de 2013

Seminário: Os territórios Tradicionais e o Estado Brasileiro



Participantes do Seminário: Os territórios Tradicionais e o Estado Brasileiro, divulgam Carta Final do Encontro, onde reafirmam seus processo de luta, de resistência e o intuito de fortalecer a articulação dos povos e comunidades originárias. Leia o documento na íntegra:

“O mundo está doente; precisa de cura” (Ninawa, Hunikui, Acre)

No âmbito dos eventos da V Semana Social Brasileira e do Encontro Unitário dos Povos do Campo, das Águas e da Floresta, nós, povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, seringueiros, vazanteiros, quebradeiras de coco, litorâneos e ribeirinhos, comunidades de fundo e fecho de pasto e posseiros de todo o Brasil, mulheres e homens de luta, nos encontramos em Luziânia GO, nos dias de 25 a 28 de fevereiro, para partilhar cruzes e esperanças e repensar as nossas lutas frente ao avanço cada vez mais acelerado e violento do capital e do Estado sobre os nossos direitos.

400_encontro_comunidades_8_site

Vivemos o encontro como um momento histórico, que confirma a realidade indiscutível de uma articulação e aliança entre povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e camponeses. O diálogo entre povos e comunidades que expressam culturas e tradições diferentes, freqüentemente marcadas por preconceitos e rejeição, volta-se para a defesa e reconquista dos nossos territórios. Este é o processo que unifica sonhos e estratégias na construção de um País diferente que se opõe à doença capitalista do agro e hidronegócio, mineração, hidroelétricas, incentivada e financiada pelo Estado, em nome do chamado desenvolvimento e crescimento do Brasil.

Não nos deixaremos curvar pelo avanço insaciável do capitalismo com o seu cortejo de políticas governamentais nefastas e genocidas. Território não se negocia não se vende não se troca. É o espaço sagrado onde fazemos crescer a vida, nossa cultura e jeito de viver, nos organizar, ser livres e felizes. “Territórios livres, já!!!”.

“A senzala não acabou. Ficamos livres das correntes e dos grilhões, mas continuamos presos ao cativeiro do sistema”. (Rosemeire, Quilombo dos Rios dos Macacos, Bahia)

Constatamos, mais uma vez, com dor e angústia, o retrocesso armado pelos três poderes do Estado para desconstruir, com leis, portarias, como a 303, PEC 215, ADIN 3239, e decretos de exceção, a Constituição, que garante, em tese, os nossos direitos territoriais e culturais. É revoltoso e doído o que estamos passando nas nossas aldeias, quilombos e comunidades: nossos territórios invadidos, a natureza sendo destruída, nossa diversidade cultural desrespeitada e a sujeição política via migalhas compensatórias. Querem nos encurralar! Sofremos humilhações, violências, morte e assassinatos, o que nos leva a tomar uma atitude.

O primeiro passo para uma verdadeira libertação do cativeiro a que estamos submetidos, é continuar o diálogo intercultural, para conhecermos melhor nossas diversidades, riquezas e lutas. Segundo passo é encontrarmos estratégias de unificação de nossas pautas para a construção de uma frente unificada, que possa se contrapor, com eficácia, ao capital e ao Estado, a partir de mobilizações regionais dos povos indígenas e das populações do campo, das águas e da floresta.

Estamos de olho nas ações dos três poderes do Estado brasileiro, para nos defendermos do arbítrio da desconstrução dos direitos e da violência institucional e privada.

Diante da total paralisia do Governo Dilma em cumprir a Constituição e na contramão da legislação internacional (OIT 169) que decretam o reconhecimento dos direitos dos povos indígenas e das populações tradicionais, exigimos a imediata demarcação e titulação dos nossos territórios.

Acreditamos que a nossa luta, na construção de projetos de Bem Viver, é sagrada, abençoada e acompanhada pelo único Deus dos muitos nomes e pela presença animadora dos nossos mártires e encantados.


Luziânia, 28 de fevereiro de 2013.


25 de febrero de 2013

Preocupación de PCN por informe de Alta Comisionada



Bogotá D. C., Febrero 25 de 2013


Señores
OFICINA DE LA ALTA COMISIONADA DE NACIONES UNIDAS PARA LOS DERECHOS
HUMANOS EN COLOMBIA
Bogotá


Referencia: Preocupación por la no inclusión del tema afrocolombiano en temas estratégicos y en las recomendaciones del informe


El viernes pasado ustedes hicieron el lanzamiento del informe anual que hace esta oficina en Colombia sobre los derechos humanos; observamos con mucha preocupación que en dicho informe no hacen referencia a la sistemática violación de los derechos étnico-territoriales y los derechos humanos de los descendientes de africanos en Colombia, toda vez que es uno de los grupos más vulnerables en este país.  Esta afirmación la comparte la honorable Corte Constitucional cuando, en 2009, se pronuncia por medio del Auto 005, ratificado en numerosas sentencias.  En el reciente Auto 012 de diciembre del 2012 esta Corte le pide al Gobierno explicaciones en relación a las acciones que ha adelantado para proteger los derechos de las comunidades negras del Departamento de Nariño.


Temas como víctimas y restitución de tierras no abordan un enfoque diferencial que dé cuenta de las cruentas y más arbitrarias acciones de violencia y deterioro de derechos de las que son víctimas las comunidades negras; no se resalta en este aparte del informe que la población más afectada por el conflicto, en proporción con el resto de la población, son los pueblos indígenas y afro.


No mencionar al pueblo negro y sus integrantes, en el tema de discriminación frente a la exclusión estructural de las comunidades negras de las decisiones que los afectan y de las acciones de bienestar del Estado, es reducir al mínimo la importancia que tiene la discriminación estructural por motivos de raza y que es factor causa en la situación y estado crítico de los derechos del pueblo afro.


En el campo de los DESC, no relacionar a los pueblos étnicos y la falta de atención y reconocimiento a sus formas alternativas de bienestar social es un riesgo para la protección a la identidad e integridad cultural de estos pueblos.  Esto es especialmente cierto para la comunidad negra, actor de gran vulnerabilidad, por la desprotección de la que es sujeto desde las brechas creadas por la esclavización.


Si bien somos mencionados en el tema de la consulta en la página No. 19 del informe ¡¡se nos invisibiliza en las recomendaciones!!  En el numeral (B), se habla de la consulta y del ejercicio de autoridad sólo de los pueblos indígenas, cuando nuestros territorios afro vienen siendo saqueados y cambiados sus usos tradicionales por la no realización de la consulta previa.  En el numeral (E) de las recomendaciones también nos parece muy crítico y casi inaceptable que se hable sólo de los grupos vulnerables que señaló el gobierno de Uribe y en el que para nada - por intereses privados de ese gobierno - se menciona a los pueblos afrodescendientes.


Las organizaciones nacionales mencionadas por la Corte Constitucional en el Auto 005 de 2009 consideramos que somos parte de los sujetos de derecho por los cuales se declaró ese estado de cosas inconstitucionales en Colombia desde el 2009.  Omitir la realidad de la Comunidad Negra en el informe es ignorar una situación crítica que afecta a más de 6 millones de personas en el país.


El Proceso de Comunidades Negras PCN, como organización defensora de los derechos de las comunidades negras, respetuosamente solicitamos una respuesta clara y efectiva que dé explicación a nuestras preocupaciones, señaladas en el presente escrito.


Con nuestra tradicional afirmación de Vida y Alegría, Esperanza y Libertad,



José Santos Caicedo
Equipo de Coordinación Nacional            
PCN
Astolfo Aramburo Rivas
Equipo de Coordinación Nacional
PCN


Carlos Alfonso Rosero
Equipo de Coordinación Nacional
PCN



Calle 23 No. 5-85, Teléfono 2821375, Bogotá.  Email: pcnkol.bogota@renacientes.net www.renacientes.org